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PIM completa 20 anos transformando vidas

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Viviane e o filho bebê
Viviane e o filho bebê - Foto: Divulgação PIM - Santa Bárbara do Sul

Criado em 2003, o programa Primeira Infância Melhor completa, no Dia Mundial da Saúde (07/04), 20 anos e pleno funcionamento, promovendo o desenvolvimento e fortalecendo vínculos.

Presente em 233 municípios do Rio Grande do Sul, o PIM é uma prioridade do Governo do Estado, dando ênfase à educação, à saúde e à assistência social na primeira infância, e promovendo o desenvolvimento integral das crianças — desde a gestação até os seis anos de idade. Neste ano, o edital do PIM previu 2.124 vagas e foi ampliado em 1.061 vagas, beneficiando 3.185 indivíduos (crianças e gestantes). Com isso, serão mais 18 municípios ampliando as ações e 28 novos fazendo a adesão.

“Investir na primeira infância é fundamental. Afinal, o que é feito por uma criança, hoje, vale por toda a vida. Dessa forma, estamos investindo no futuro, promovendo o desenvolvimento emocional, cognitivo, psicomotor e de linguagem. Aumenta a possibilidade de socialização, de aprendizagem”, afirma a secretária da Saúde, Arita Bergmann.

“Cuidar das crianças é investir para que tenhamos menos evasão escolar, menos crianças em situação de risco, e famílias com vínculos fortalecidos”, completa a secretária, que participou desde o início do projeto.

Atualmente, o PIM atende 21.294 famílias, 22.784 crianças e 1.936 gestantes, com 1.404 visitadores ativos, atuando na promoção do desenvolvimento integral infantil. A atuação do programa se dá por meio de visitas domiciliares e atividades periódicas de viés lúdico, realizadas a partir de planos singulares de atendimento e da articulação de ações em rede.


Prioridade de governo

Desde janeiro, o PIM integra o Gabinete de Projetos Especiais (GPE), sob coordenação do vice-governador Gabriel Souza. Entre os desafios do Comitê Intersetorial Pela Primeira Infância (CEIPI), onde o PIM está incluso, está a elaboração do Plano Estadual pela Primeira Infância para os próximos 10 anos e o enfrentamento à desnutrição e à mortalidade infantil, especialmente nas áreas indígenas.

“Nosso objetivo é revisar e melhorar as ações e programas de proteção às crianças para combater a pobreza e garantir um futuro de mais oportunidades a elas”, afirma Gabriel Souza. Ele destaca ainda estudos que mostram que a cada dólar aplicado nos primeiros seis anos de vida do indivíduo retorna até sete dólares para sociedade. “Porque é neste período que conseguimos promover uma formação melhor do ponto de vista emocional, comportamental e até biológico, já que o cérebro é desenvolvido nesta primeira fase”, argumenta Gabriel.


Novo olhar para as infâncias
Ao longo das últimas duas décadas, o PIM se mostrou uma iniciativa inovadora em proporcionar olhares atentos ao ambiente no qual a criança está inserida, ao acesso aos serviços sociais e de saúde e ao fortalecimento de vínculos. O projeto atende especialmente aquelas famílias em situação de risco e vulnerabilidade social, visando o fortalecimento de suas competências para educar e cuidar de suas crianças, considerando as particularidades do contexto cultural, das experiências, das necessidades e dos interesses.

Para a Coordenadora do PIM, Carolina Drügg, o aniversário de 20 anos é um marco na história do RS. “Desde sua implantação, o programa liderou a construção de um novo olhar para as infâncias, colocando em evidência a importância dos vínculos familiares e comunitários e do trabalho articulado em rede”, declara Carolina. “Aprendemos com as famílias e com as crianças sobre a riqueza da diversidade, o poder do brincar e a força dos afetos. Celebramos hoje nossos avanços e, sobretudo, reafirmamos o compromisso com os direitos da criança na primeira infância”, completou a coordenadora.


A importância dos primeiros anos de vida
A elaboração de um programa que se volta exclusivamente à atenção à primeira infância é pautada em estudos científicos que compreendem a complexidade do ser humano nas fases iniciais do desenvolvimento. É nos primeiros anos de vida que se encontra o potencial de aprendizagem único, propiciado pela plasticidade e pelo ritmo da atividade cerebral.

Além disso, é neste momento em que se reconhecem as figuras de cuidado, de apego e de proteção. Fundamentos teóricos que embasam a metodologia do PIM consideram pressupostos da Neurociência na qualidade do tempo dispensado pelas famílias/cuidadores à convivência com as crianças e o reflexo desta interação em diversos setores da vida.

Referências multidisciplinares e avaliações recentes apontam a relação direta entre os investimentos na infância e a promoção da equidade e a diminuição dos ciclos de pobreza e da transmissão intergeracional da desigualdade. São constatadas, também, estatísticas positivas na redução de exposição a violências e reprodução de condutas violentas na adolescência e vida adulta.


Mais de 245 mil famílias atendidas em 20 anos
Desde sua criação, o PIM apoiou mais de 245 mil famílias na promoção do desenvolvimento da infância, beneficiando mais de 288 mil crianças e 67 mil gestantes. Os resultados promissores do programa no Rio Grande do Sul serviram de inspiração para a iniciativa nacional Programa Criança Feliz, criado em 2016.


Famílias crescendo com o PIM
 
Viviane Fagundes Siqueira engravidou aos 15 anos e foi encaminhada ao PIM de Santa Bárbara do Sul, na 9º Coordenadoria Regional de Saúde. O ano era 2012 e, diante de uma gravidez não planejada, a jovem teve o primeiro contato com o PIM. “Foi um baita susto! Tive que me virar. Casei, minha mãe faleceu um mês antes do bebê nascer, fiz cesariana o bebê demorou para pegar o seio. Foi tudo meio complicado. A moça foi até a minha casa, se apresentou como visitadora do PIM, falou sobre o programa e perguntou se nós gostaríamos de ser atendidos. Ela acompanhou até os seis anos do meu guri”, conta Viviane.  

Com o passar dos anos, Viviane seguiu estudando, está terminando a faculdade de Administração de Empresas e trabalha em uma empresa privada. Agora, ela e o marido resolveram ter uma segunda gestação, que está sendo acompanhada pelo PIM há quatro meses. “Decidimos nos aventurar de novo. Tudo diferente, mais preparada, mais confiante”, explica. 

Mulher grávida, de vestido cinza, sentada no sofá mostrando um livro sobre saúde.
Viviane está grávida do segundo filho. Acompanhamento do PIM auxiliou o planejamento familiar. - Foto: Divulgação PIM - Santa Bárbara do Sul

A visitação do PIM engloba diversos temas, da gravidez até a escola. No momento, o foco das visitas de Viviane tem sido sobre saúde da mãe e do bebê, e ela já sabe que depois do nascimento serão abordadas questões sobre o desenvolvimento. “As visitas são ótimas! A Mainara (visitadora) é uma pessoa bem calma, tranquila, tem facilidade em passar o que precisa e tirar as dúvidas. Conversa tanto para tranquilizar quanto para alertar”, explica a mãe de dois. 


Próximos 20 anos 
Como parte das comemorações das duas décadas de atuação, o PIM convida a sociedade a lançar um olhar para o futuro e refletir sobre como serão as infâncias nos próximos 20 anos, bem como que ações são necessárias para a proteção, cuidado e garantia de direitos das crianças no presente e no futuro. Com o tema “As infâncias de hoje e do futuro”, o PIM faz uma provocação importante: o que estamos fazendo pelas crianças de hoje e por aquelas que nascerão nas próximas décadas?   

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