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Carta da equipe da 4ª CRS entregue à equipe da Planificação na 18ª CRS, em Osório

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No fundo da imagem, a palestrante fala de pé, atrás de um púlpito. Do lado dela, alguns participantes acompanham sentados atrás de uma mesa. A plateia, também sentada, ouve atenta.
Texto foi apresentado hoje em Osório - Foto: Divulgação/ACS

A planificação da saúde parece simples: uma metodologia de trabalho, com momentos de estudos entre profissionais e gestores, com reflexão da prática e alinhamento de conceitos da Atenção em Saúde. Seguida de tutoria, em unidades laboratórios, para a operacionalização dos conceitos, reorganizando os processos de trabalho de equipes e gestores.

Mas ninguém disse que a Planificação seria fácil, o que entendemos desde o princípio é que seria uma grande oportunidade de avançarmos na qualidade do cuidado em nossa região, quando já não conseguíamos fazer a diferença e nossos gestores clamavam por incremento de recursos e serviços para a região.

Mostrou-se complexa quando precisamos quebrar a cultura do processo de atenção à saúde fragmentado, instituído em todos os níveis de atenção, em cenários moldados historicamente pela oferta de mercado e não pela demanda de cuidado. Cenários mesclados de interesses políticos, técnicos, comerciais e outros… A Atenção Básica de nossos territórios é desafiada diariamente para implementar o Modelo de Redes tão explícito na teoria do SUS.

E foi assim que em junho de 2015 o CONASS, a SES e a 4ª CRS pactuaram com 17 municípios a adesão à Planificação da Atenção Primária em Saúde. Em julho de 2016 agregamos a Planificação da atenção especializada, revisando toda a Rede de cuidado Materno Infantil. Capacitamos em torno de 1100 profissionais, hoje estamos com 22 unidades laboratório e um hospital, recebendo semanalmente, a tutoria do município e mensalmente a tutoria da regional com apoio do CONASS e SES. Já pactuamos junto aos gestores a expansão das oficinas e tutoria, a partir de março de 2018, para os 15 municípios restantes.

Estas vivências têm nos levado a lugares, por vezes desconfortáveis, mas não queremos voltar ao ponto de partida. A cada passo alcançado pelas equipes no processo do cuidado, processos de gestão e financiamento precisam ser remodelados, a comunicação e aproximação dos pontos da rede estão sendo fortalecidos, outras redes por consequência precisam ser ativadas, as reorganizações de estruturas físicas são revistas, a educação permanente é desencadeada, estamos aprendendo juntos a cuidar da população de um território com maior resolutividade, convocando um modelo de gestão do cuidado e não gestão da oferta.

Queremos finalmente desejar:

Às equipes de saúde da região: que tomem para si desde a primeira oficina o propósito de “cuidar do usuário do território”.

Para os Gestores municipais desta região: que tomem para si a gestão do “cuidado da saúde” da população.

Para os profissionais e colegas da 18ª CRS: acreditem, sejam perseverantes, não foquem somente em resultados, o processo é que tem nos mostrado o maior sucesso.

À SES e ao CONASS: parabéns pela execução deste projeto no RS e obrigado pela oportunidade de sermos melhores no que fazemos, lembrando que não Planificaremos a Saúde do Rio Grande do sul por algumas Regionais, mas sim por todas as Secretarias de Saúde deste Estado. Juntos seremos melhores!

E para todos nós usuários: estejamos comprometidos com o autocuidado. A equipe da Atenção Primária não vive 24 horas ao nosso lado, mas busca organizar uma rede de saúde que esteja 24 horas ao nosso acesso.

Obrigado!!!

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